sábado, 2 de agosto de 2008

Liberdade






Liberdade

Nesse momento vivo um desejo imenso de volta ao palco azul das mansidões eternas e uma tremenda vontade de povoar a alma.

Um desejo latente de buscar o tempo que se passou em divagações e simplesmente transformar as vivências.

sábado, 26 de julho de 2008

João Ubaldo Ribeiro orgulha o Brasil e ganha maior condecoração da LINGUA PORTUGUESA

João Ubaldo Ribeiro


"Se não entendo tudo, devo ficar contente com o que entendo. E entendo que vejo estas árvores e que tenho direito a minha língua e que posso olhar nos olhos dos estranhos e dizer: não me desculpe por não gostar do que você gosta; não me olhe de cima para baixo; não me envergonhe de minha fala; não diga que minha fala é melhor do que a sua; não diga que eu sou bonito, porque sua mulher nunca ia ter casado comigo; não seja bom comigo, não me faça favor; seja homem, filho da puta, e reconheça que não deve comer o que eu não como, em vez de me falar concordâncias e me passar a mão pela cabeça; assim poderei matar você melhor, como você me mata há tantos anos."

(Vila Real)


João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro nasceu na Ilha de Itaparica, Bahia, em 23 de janeiro de 1941, na casa de seu avô materno, à Rua do Canal, número um, filho primogênito de Maria Felipa Osório Pimentel e Manoel Ribeiro. O casal teria mais dois filhos: Sonia Maria e Manoel. Ao completar dois meses de idade, João muda-se com a família para Aracajú, SE, onde passaria a infância.

Em 1947 inicia seus estudos com um professor particular. Seu pai, professor e político, segundo o biografado, não suportava ter um filho analfabeto em casa. Já alfabetizado, em 1948 ingressa no Instituto Ipiranga. A partir daí permaneceria horas trancado na biblioteca de sua casa devorando livros infantis, sobretudo os de Monteiro Lobato. Forçado por seu austero pai, iria se dedicar com afinco aos estudos, procurando ser sempre o primeiro da classe. Sobre essa fase de sua vida leia mais em "Memória de Livros", deliciosa crônica que consta de "Releituras".

No ano de 1951 ingressa no Colégio Estadual de Sergipe. Sempre dedicado aos estudos, prestava ao pai, diariamente, contas sobre os livros lidos, sendo, algumas vezes, solicitado a resumi-los e a traduzir alguns de seus trechos. João era também solicitado a verter para o português canções francesas que o pai ouvia. Não tinha folga nem nas férias, pois nelas praticava o latim e copiava os sermões do padre Vieira, apesar de afirmar que fazia aquilo com prazer. Manoel Ribeiro, seu pai, era chefe da Polícia Militar e, nessa época, passa a sofrer pressões políticas, o que o faz transferir-se com a família para Salvador. Na capital baiana João Ubaldo é matriculado no Colégio Sofia Costa Pinto. Conta ele que era perseguido pela professora de inglês, em virtude de seu sotaque. "Ela não percebeu que eu falava inglês britânico, já que estudara em Sergipe com um professor educado na Escócia", diz o escritor. Desafiado, dedica empenho extraordinário ao idioma, chegando a decorar 50 palavras por dia. Vizinho de engenheiros americanos, faz amizade com seus filhos para aprimorar ainda mais seus conhecimentos da língua inglesa.

Em 1955 matricula-se no curso clássico do Colégio da Bahia, conhecido como "Colégio Central".

1956 marca o início da amizade com Glauber Rocha, seu colega na escola.

Estréia no jornalismo, começando a trabalhar como repórter no Jornal da Bahia, em 1957, sendo que posteriormente se transferiria para A Tribuna da Bahia, onde chegaria a exercer o posto de editor-chefe.

Em 1958 inicia seu curso de Direito na Universidade Federal da Bahia. Com Glauber Rocha edita revistas e jornais culturais e participa do movimento estudantil. Apesar de nunca ter exercido a profissão de advogado, foi aluno exemplar. Lê (ou relê), então, os grandes clássicos: Rabelais, Shakespeare, Joyce, Faulkner, Swift, Lewis Carroll, Cervantes, Homero, e, entre os brasileiros, Graciliano Ramos e Jorge de Lima. Nessa mesma Universidade, concluído o curso de Direito, faz pós-graduação em Administração Pública.

Participa da antologia Panorama do Conto Bahiano, organizada por Nelson de Araújo e Vasconcelos Maia, em 1959, com "Lugar e Circunstância", e publicada pela Imprensa Oficial da Bahia. Passa a trabalhar na Prefeitura de Salvador como office-boy do Gabinete e, em seguida, como redator no Departamento de Turismo.

Seu primeiro casamento dá-se em 1960 com Maria Beatriz Moreira Caldas, sua colega na Faculdade de Direito. Separaram-se após 9 anos de vida conjugal.

Com "Josefina", "Decalião" e "O Campeão" participa da coletânea de contos Reunião, editada pela Universidade Federal da Bahia no ano de 1961, em companhia de David Salles (organizador do livro), Noêmio Spinola e Sonia Coutinho.

Em 1963 escreve seu primeiro romance, "Setembro não faz sentido", título que substituiu o original (A Semana da Pátria), por sugestão da editora.

Em plena efervescência política do ano de 1964, João Ubaldo parte para os Estados Unidos, através de uma bolsa de estudos conseguida junto à Embaixada norte-americana, para fazer seu mestrado em Administração Pública e Ciência Política na Universidade da Califórnia do Sul. Conta que, na sua ausência, teve até sua fotografia divulgada pela televisão baiana, encimada por um enorme "Procura-se". Segundo João, o movimento revolucionário não sabia que ele, tido e havido como esquerdista, estava nos Estados Unidos às expensas daquele país.

Volta ao Brasil em 1965 e começa a lecionar Ciências Políticas na Universidade Federal da Bahia. Ali permaneceu por 6 anos, mas desistiu da carreira acadêmica e retornou ao jornalismo.

Com o prefácio de Glauber Rocha, que se empenhou junto à José Álvaro Editores pela sua publicação, João Ubaldo tem seu primeiro romance "Setembro não faz sentido" impresso, com o apadrinhamento de Jorge Amado.

Em 1969 casa-se com a historiadora Mônica Maria Roters, que lhe daria duas filhas: Emília (nascida em fevereiro de 1970) e Manuela (cujo nascimento ocorreria em junho de 1972). O casamento acabaria em 1978.

Em 1971 lança, pela Editora Civilização Brasileira, o romance "Sargento Getúlio", merecedor do Prêmio Jabuti concedido pela Câmara Brasileira do Livro, em 1972, na categoria "Revelação de Autor". O livro é inspirado principalmente num episódio ocorrido na infância de João Ubaldo, envolvendo um certo sargento Cavalcanti, que recebera 17 tiros num atentado em Paulo Afonso, na Bahia; resgatado pelo pai do autor, então chefe da polícia de Sergipe, chegaria com vida em Aracaju. Segundo a crítica, esse livro filiou seu autor a uma vertente literária que sintetiza o melhor de Graciliano Ramos e o melhor de Guimarães Rosa.

Publica, em 1974, o livro de contos "Vencecavalo e o outro povo" (cujo título inicial era "A guerra dos Pananaguás"), pela Artenova.

Com tradução feita pelo próprio autor, o romance "Sargento Getúlio" é lançado nos Estados Unidos em 1978, com boa receptividade pela crítica daquele país.

Em 1979 passa nove meses como professor convidado do International Writting Program da Universidade de Iowa e publica no Brasil, pela Nova Fronteira, que a partir de então seria sua principal editora, um "conto militar", na sua definição, intitulado "Vila Real".

1980 marca seu terceiro casamento, com a fisioterapeuta Berenice Batella, que lhe daria dois filhos: Bento e Francisca (nascidos em junho de 1981 e setembro de 1983, respectivamente). Participa, em Cuba, do júri do concurso Casa das Américas, juntamente com o critico literário Antônio Cândido e o ator e diretor de teatro Gianfrancesco Guarnieri. O primeiro prêmio foi concedido à brasileira Ana Maria Machado.

Muda-se, com a família, para Lisboa, Portugal, em 1981, graças a uma bolsa concedida pela Fundação Calouste Gulbenkian. Edita, no período em que ali viveu, com o jornalista Tarso de Castro, a revista Careta. De volta ao Brasil, passa a residir no Rio de Janeiro, cidade que tanto ama, e lança "Política", livro até hoje adotado por inúmeras faculdades. Lança, também, "Livro de Histórias" (depois republicado com o título de "Já podeis da pátria filhos"), coletânea de contos. Inicia colaboração com o jornal "O Globo", que perdura até hoje, com pequenas interrupções, publicando uma crônica por semana. Sua produção dessa época seria reunida em 1988 no livro "Sempre aos domingos".

Em 1982 inicia o romance "Viva o povo brasileiro", que se passa na Ilha de Itaparica e percorre quatro séculos da história do país. Originalmente o livro se chamava "Alto lá, meu general". Segundo João, o livro nasceu de um desafio de seus editores e da lembrança de uma afirmativa de seu pai, que dizia: "Livro que não fica em pé sozinho, não presta." Como seus livros sempre tiveram poucas páginas, diante da provocação, fez um com mais de 700. Nesse ano participou do Festival Internacional de Escritores, em Toronto, Canadá.

No ano seguinte estréia na literatura infanto-juvenil com "Vida e paixão de Pandonar, o cruel". Seu livro "Sargento Getúlio" chega aos cinemas, num filme dirigido por Hermano Penna e protagonizado por Lima Duarte. O longa-metragem receberia os seguintes prêmios no Festival de Gramado: Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Som Direto, Melhor Filme, Grande Prêmio da Crítica e Grande Prêmio da Imprensa e do Júri Oficial. Volta a residir em Itaparica, na casa onde nascera.

"Viva o povo Brasileiro" é finalmente editado em 1984, e recebe o Prêmio Jabuti na categoria "Romance" e o Golfinho de Ouro, do governo do Rio de Janeiro. Inicia a tradução desse livro para o inglês, tarefa que lhe consumiria dois anos de trabalho e a partir do qual passaria a utilizar o computador para escrever. Ao lado de Jorge Luis Borges e Gabriel Garcia Marques, participa de uma série de nove filmes produzidos pela TV estatal canadense sobre a literatura na América Latina.

João Ubaldo é consagrado na Avenida Marquês de Sapucaí: seu livro "Viva o povo brasileiro" é escolhido como samba-enredo da escola Império da Tijuca para o carnaval do ano de 1987.

Em 1989 lança o romance "O sorriso do lagarto".

Em 1990 publica "A vingança de Charles Tiburone", sua segunda experiência em literatura infanto-juvenil. A convite da Deutsch Akademischer Austauschdienst, muda-se com a família para Berlim, onde viveria por 15 meses. Publica crônicas semanais no jornal Frankfurter Rundschau, além de produzir peças radiofônicas de grande alcance popular, entre elas, uma adaptação de seu conto "O santo que não acreditava em Deus".

Retorna ao Brasil em 1991, e volta a residir no Rio de Janeiro. Seu romance "O sorriso do lagarto" é adaptado para o formato de minissérie por Walter Negrão e Geraldo Carneiro e estréia na Rede Globo, tendo como protagonistas Tony Ramos, Maitê Proença e José Lewgoy. Volta a escrever no jornal O Globo e inicia colaboração no O Estado de São Paulo, passando a publicar em ambos uma crônica aos domingos.

Em 1993 adapta "O santo que não acreditava em Deus" para a série Caso Especial, da Rede Globo, que teve Lima Duarte no papel principal. No dia 7 de outubro é eleito para a cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras, na vaga aberta com a morte do jornalista Carlos Castello Branco. Disputavam com ele o piauiense Álvaro Pacheco e o mineiro Olavo Drummond. No terceiro escrutínio João Ubaldo obteve 21 votos contra 13 de Pacheco e um nulo.

Termina, em 1994, a adaptação cinematográfica, feita em parceria com Cacá Diegues e Antônio Calmon, do romance "Tieta do Agreste", de seu amigo e conterrâneo Jorge Amado. O filme teve a atriz Sonia Braga no papel principal e direção de Cacá Diegues. Toma posse na Academia Brasileira de Letras em 8 de junho. Cobre, nos Estados Unidos, a Copa do Mundo de Futebol como enviado dos jornais O Globo e O Estado de São Paulo. De volta ao Brasil é internado numa clínica em Botafogo, com arritmia cardíaca. Participa da Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, e lá recebe o Prêmio Anna Seghers, concedido somente a escritores alemães e latino-americanos.

Recebe o prêmio Die Blaue Brillenschlange -- concedido ao melhor livro infanto-juvenil sobre minorias não-européias -- pela edição alemã de "Vida e paixão de Pandonar, o cruel". Lança o livro de crônicas "Um brasileiro em Berlim", sobre sua estada naquela cidade.

Volta a participar da Feira do Livro de Frankfurt, em 1996. Detém a cátedra de Poetik Dozentur na Universidade de Tubigem, Alemanha.

Em 1997 é internado novamente no Rio, desta vez com fortes dores de cabeça provocadas por uma queda. Cacá Diegues compra os direitos de filmagem do livro "Já podeis da pátria filhos". Renova contrato com a Nova Fronteira, depois de receber propostas de outras editoras. Publica o romance "O feitiço da Ilha do Pavão".

Participa em Paris do Salão do Livro da França, em 1998. Vende os direitos de "Viva o povo brasileiro" para o cinema; o filme deve ser dirigido pelo cineasta André Luis Oliveira. Lança o livro "Arte e ciência de roubar galinha", seleção de crônicas publicadas nos jornais O Globo e O Estado de São Paulo.

Durante a IX Bienal do Livro - Rio de Janeiro, em Abril de 1999, lança o livro "A Casa dos Budas Ditosos", da série Plenos Pecados, um romance sobre a luxúria publicado pela Editora Objetiva Ltda., que obtém enorme sucesso de vendas.

Ainda em 1999, foi um dos escritores escolhidos em todo mundo para dar um depoimento ao jornal francês "Libération", sobre o milênio que se aproximava. Escreveu, juntamente com Carlos (Cacá) Diegues, o roteiro de um filme baseado em seu conto "O santo que não acreditava em Deus", cujo título para o cinema foi "Deus é brasileiro". Seu romance "O feitiço da Ilha do Pavão" foi publicado em Portugal e em tradução alemã, pela editora C.H. Beck. "A Casa dos Budas Ditosos" torna-se um grande sucesso editorial, permanecendo, por mais de trinta e seis semanas, entre os dez livros mais vendidos. O romance foi publicado na Espanha, França e outros países. Seu lançamento em Portugal se transformou em problema nacional face à proibição, por duas redes de supermercados, de sua venda naqueles estabelecimentos. A primeira edição, de 5.000 exemplares, foi vendida em poucos dias e novas edições também. João Ubaldo, em janeiro/2000, esteve lá para ser homenageado pelos escritores portugueses com um desagravo a tal procedimento. Nessa oportunidade participou da Semana de Estudos Lusófonos, na Universidade de Coimbra. Foi, também, citado em diversas antologias, nacionais e estrangeiras, inclusive numa sobre futebol, publicada pelo jornal "Le Monde", na França. Saíram várias reedições de seus livros na Alemanha, incluindo uma nova edição de bolso de "Sargento Getúlio". "O sorriso do lagarto" foi publicado na França. "A casa dos Budas ditosos" foi traduzido para o inglês, nos Estados Unidos. Seu livro "Viva o povo brasileiro" foi indicado para o exame de Agrégation, um concurso nacional realizado na França para os detentores de diploma de graduação.


Os dados acima foram obtidos em livros diversos; no sítio da Academia Brasileira de Letras; nos Cadernos de Literatura do Inst. Moreira Salles e fornecidos pelo próprio autor.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Paradoxo

Paradoxo: foi Deus que criou o Diabo?
Por favor essa é pra quem acredita em Diabo.

Eu não consigui entender essa história até hoje. Primeiro vamos analizar os atributos de Deus para verem se estou errado. Pelo que sei o Deus cristão é onisciente, onipotente e onipresente , ou seja sabe tudo, pode fazer tudo e está em toda parte. Ele ainda é perfeito, não tem fraquezas ou defeitos e é sempr justo.
Baseado nessas definições da própria bíblia me respondam essas questões:

1- Pela história bíblica Lúcifer seria um anjo criado por Deus que por invejá-lo se revoltou e foi banido para o subsolo terrestre. Se deus já sabia que isso iria acontecer(onisciência) , porque o fez mesmo assim?

2- Se Deus o fez para ser um anjo bom, porque ele se tornou mau, será que Deus errou? Mas Ele não era perfeito? Como poderia errar?

3- Vamos supor que ele tenha realmente "errado" essa única vez, porqeu então ele não destruiu o capeta logo quando soube da traição? Ele poderia ter feito isso (onipotência).

4- Isso tudo leva a crer que Deus criou Lúcifer porque quiz, agora vem a pergunta mais difícil: porque um pai perfeito e bondoso criaria um ser cujo objetivo único é fazer seus filhos sofrerem.

Perceberam o paradoxo. Não encaixa. Para existir o Diabo devemos crer que ou Deus não é perfeito, ou não é onisciêmte, ou não é onipotente. Ou então que não existe nenhum nem outro.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Lembranças

"Trago dentro do meu coração, como num cofre que não se pode fechar de cheio, todos os lugares onde estive, todos os portos a que cheguei, todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias, sonhando; e tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero."

sábado, 19 de julho de 2008

Danieli, a musa eterna desse poeta...

O POETA E SUA MUSA
Enquanto serena, a musa, em lençóis repousa,
desfaz-se o poeta em letras,
esvaindo em versos de amor,
o amor que sente.
Rasga-se em folhas rabiscadas, o poeta
enquanto a musa descansa e sonha.
Tão pequeno o poeta
e mudas suas palavras, poucas
diante do amor, convertido em silêncio
e versos pálidos.
Repousa a musa e o poeta sangra.
Amanhã, talvez o sol se curve
ao poema mais luminoso do amor que ele sente.
Amanhã, quem sabe, desperte a musa,
mais linda que a manhã
e sinta tremer em seus lábios,
como um beijo,
o verso de amor noturno
do seu poeta louco.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Hamilton Rodrigo Araújo Freire de Andrade escreve: Malditos Brasileiros

Malditos Brasileiros

O Brasil me comove, lendo a revista seleções fiquei sabendo que Um grupo de sobreviventes da bomba de Nagasaki mandou-se para o Brasil, foi parar no planalto catarinense. Ali se estabeleceram, mesclando-se em duas gerações com brasileiros de outras origens. Trouxeram mudas de pereira, agora riqueza da região - a “pêra japonesa”, fruto da pereira nipo-brasileira.
O momento encantador da reportagem surge como uma Revelação: um bebê, brasileirinho de cabelos aloirados e olhos puxados, no colo da mãe, descendente de alemães, orgulhosa ao lado do marido nissei. O caçula da colônia é neto do patriarca, que mal fala português; tinha 16 anos em 9 de agosto de 1945, o dia da bomba.

Quando ele e outros sobreviventes vieram para o Brasil, trouxeram também um sino. Estão construindo monumento no alto de uma colina. Ali instalarão o sino, que soará todo dia 9 de agosto, chamando a comunidade à meditação pela paz. E Paz é a tradução do nome japonês daquele novo brasileirinho. Em 1789, diante da Academia Real de Lisboa, José Bonifácio, Patriarca da Independência, profetizou: o Brasil será “foco de nova civilização”. Muito normal que isto incomode potências com aspiração de dominar o resto do mundo. Não é à toa que, ao brandir o velho porrete e conter a ascensão das massas latino-americanas quatro décadas atrás, o Big Brother do norte tenha começado pelo Brasil - o resto dos principais candidatos a potência caiu como que por efeito dominó: Chile, Argentina, Uruguai… A tese dos gringos, que ainda vale: para onde pender o Brasil, penderá a América Latina. Enquanto o pau comia no nosso lombo, o secretário de Estado Henry Kissinger dizia: “Não permitiremos um novo Japão ao sul do Equador”
Tradução: não permitiremos que o Brasil se transforme em potência mundial. Que medo têm de nós, não? Malditos brasileiros. Pois, apesar dos predadores, dos rapinantes, dos que preferem Miami a Copacabana, dos que consideram o povo “um detalhe”, dos desanimados no Brasil, dos canalhocratas, dos entreguistas, os brasileiros mesmo, brasileiros de tudo quanto é cor, constroem dia após dia esta nação, no amor, “na moral”, pela base. Sem pressa avançam, como um rio em meandros.

Enquanto a maior parte da grande mídia se pauta por Washington, o povo brasileiro a cada dia, neste exato momento, renova o pacto da brasilidade. Olhe para si. Acreditar no Brasil é acreditar em você. Ninguém pode com um país onde nasce “japonês loiro”. E agora temos até santa brasileira, e nascida na Itália, um luxo: Santa Paulina, protetora dos pobres e desvalidos. O Bonifácio estava certo - com seiscentas mil flores de pereira!

Texto: Copyright (c) 2004 by Hamilton Rodrigo Araújo Freire de Andrade

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segunda-feira, 14 de julho de 2008

Hamilton Rodrigo Araújo Freire de Andrade se despede de amigos e inimigos

."Dedico a tudo que passou “

Se eu tivesse como te contar tudo,
cada sorriso, cada tristeza.
Todas as lembranças que esses longos anos nos deixaram!
Muita coisa aconteceu, muita coisa mudou, de lugar, de ar e forma! A distancia entre nós, entre estas cidades parecia que mudava com o tempo!
Horas tão longe, outras tão perto.
Muitas vezes pensei ser impossível, que era simplesmente um sonho muito longe de ser alcançado. Uma idéia maluca.
Quantas pessoas, quantas histórias. Boas e ruins!
A vida nos separa do mesmo jeito que nos une...
Uma coisa tão intensa, que nada e ninguém conseguem ficar...
tudo passa!
Juro que não era isso que imaginara...
Queria ao menos pedir que não tivesse dúvidas, que a cada passo dado, cada alegria, cada tristeza...
...sempre que o teu nome for tocado, sempre você for lembrado... tudo que eu vou fazer é dar um enorme sorriso e desejar que todas essas coisas boas que nos alegram tanto só ao lembrar...
..Sejam eternas..Que sejam jamais esquecidas!
Porque eu nunca me esquecerei!
Obrigado de coração a todos que acreditaram em mim e desculpa se fiz mal ou machuquei alguém(mesmo que sem querer)
Amo minha vida!